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Brasil x França (Olimpíadas Tokyo 2021)

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  Em terra de Samurais Contra os Gauleses Essas cores tão-nossas  Que ninguém nunca  vai conseguir roubar O salto sem rédeas sobre as redes  Imensas asas, poderosas garras A vida feito bola azul e amarela  pairando no ar

A rede

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  Completando hoje 10 anos de rede social. Cavucando meu perfil e relembrando os primeiros posts, -- a maioria sobre cinema, fotografia e também sobre música e músicos, reflexo da fase em que vivia no contexto, lidando com banda, ensaios, investindo sonhos num home studio e estudos etc  Depois, o testemunho do gradual abandono desse mundo musical para imersão mais profunda na literatura, os posts caminhando nesse sentido, o mundo de autores, poetas, diferentes escolas e propostas, arriscando rabiscos pretensiosos na crítica literária, e na sequência despistando a ingenuidade sonhadora e as pretensões artísticas do princípio com a  amargura política dos últimos cinco(!!!) anos-já, surgida a partir do golpe de 2016 A nada sutil observação de que os posts de humor, situações edificantes e a palhaçada pura e cômica, tão presentes nos cinco primeiros anos e  dos quais sempre fui fã pela vida afora, simplesmente foram rareando cada vez mais até sumir de vez. Parece desnecessária a explicação

Poesia, poesia, poesia

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  As vias do poema quando estética e  engajamento se tornam parte integrante do texto Beleza de coleção da Cia das Letras

Derredor

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    Derredor - crônicas

O domador de ventos

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  O domador de ventos (contos)  

Leonardo Fróes

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Nova reunião dos trabalhos desse grande poeta. Felicidade habitar um tempo onde esses versos existam e resistam contra todas as tentativas  de diminuição da vida enquanto potência Leonardo Froes 80 anos - Revista Cult  

Pescando bagres

Barra de Itapemirim, num dia desses. Gaivotas, muitas. Dando rasantes na beira  Catando resto de peixes da rede estendida Os cascos dos barcos emborcados na areia  tomando sol. O forte cheiro do sal e da maresia cortando o ar. Cheiro do diesel dos motores e tinta fresca num pequeno estaleiro mais afastado Nomes de mulheres, pintados nas proas, e alguns nomes de santos : Evelyse, Tia Joana, Flores de Iemanjá, Nossa Senhora dos Navegantes, Santa Clara Naquele tempo me pareciam grandes navios descansando depois do temporal  Solenes, gigantes guerreiros em honorável silêncio. Medo de imaginar até onde teriam  ido, dias e dias na pesca sem ver terra E agora jaziam calmos e se recompondo como recém-chegados da luta contra Moby Dick Atarefados, nós, na venda de beira-cais. Biscoitos  e café, suco, maçãs numa sacola, balas. Camarões amarrados no gancho, chumbada  pesada demais para a modalidade de pesca  Pai: joga a chumbada, filho  Filho: mas não lanço muito longe, pai  Pai: joga assim mesmo

Sobre o prendedor de cabelos que esqueceste no banco do carona do meu carro

Trajeto tenso afinado em silêncios contra os gritos de ora há pouco Concerto fúnebre para público ausente na iminência de um vôo quase partido Ponte aérea pra Recife sentimentos que não arrefecem Navegamos em nosso par contido por painéis de vidros embaçados aparando um teto de cristal líquido sob a chuva rala e fria Um caminho curto que leva do nada ao lugar algum (Ir sem querer ir não é partir) Semáforos irritantes a turvar o trânsito Apostas nas perguntas -- recurso de respostas tortas -- A comida do destempero quando a melhor palavra escorrega por entre os dedos sem se pronunciar A natureza conspira o par,                                     sempre ora a seu favor ora contra Enquanto a  vida depõe contra qualquer permanência É apenas a humana ciência (o permanecer) que reluta em sua fragilidade estrutural E também sua tragédia seu antinatural tão buscado quando ela se esquece Porque tudo fenece E é na ciência da perda possível que todo traço humano é medido A não ser que nos façamo

Bilac

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  Nascido e criado no XX, e bastante refratário  ao tal " contemporâneo" meu pensamento e vias de ver o mundo, que tanto recorrem aos modernistas, já  existiam em germe muito antes  de saber o que era modernismo E por conta disso, o choque previsível A injustiça que sempre cometi  com esse grande poeta  Apenas por um viés de criação estética Reduzir Bilac ao Parnasianismo  é de uma simploriedade atroz  Como de resto, tentar diminuir  o universo possível dum artista  (seja poeta, pintor, pensador) aos traços maiores ou menores  de qualquer escola Me lembro sempre de Pablo Picasso   quando penso nisso A constatação de uma vida longeva  e prolífica  sem sequer se importar  com os rótulos A arte,  quando quer ser, cria o movimento que a legitima aos olhos de seu criador e não se submete ao jugo  histórico ou crítico de qualquer natureza Sentido é coisa que virá depois (ou não) dependendo do espírito da época

Paideia

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  Uma das obras de consulta e formação  mais importantes que li na vida.  Ainda mais pra quem navega ou quer  navegar nas asas da Filosofia  conhecendo alguma coisa da Grécia antiga. Dificilmente se conhecerá Déscartes, Kant, Hegel, Nietzsche, Schopenhauer e boa parte da filosofia e literatura sem uma melhor noção desses precursores. E tanto melhor se dará esse projeto  se, além da exposição fria de idéias como  "esquemas" duros em formato teia, (padrão escolástico tão adotado em nosso meio), o curioso explorador puder contar ainda  com a vivência trasladada do cotidiano  da antiga Grécia, em seus múltiplos aspectos e desde as origens Sim, a história está repleta de ricas culturas,   vivências únicas e razões de ser na origem  e extinção de raças e povos inteiros. Mas a verdade é que os gregos foram mais longe  na exploração do que podemos chamar  "Humano" Toda a essência, tanto histórica abordada  como documental e relatos, quanto o estudo detalhado das formas narr

Leonardo Boff: Política, Ciência e Deus. Desafiando o mito da neutralidade teológica

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                              Entrevista pra lá de interessante com um dos caras mais inteligentes e                               engajados pelas transformações sociais tão necessárias ao nosso sofrido país.                               Não tem a ver com cânones religiosos nem a ritualização de doutrinas, apenas                               diálogos do mundo contemporâneo sobre as formas de sobrevivência coletiva,                               que certamente precisam ser marcadas por uma conjunção ética. Sobretudo                               uma enorme lição de alteridade, amor e apostar na força da vida.                                

Box Manuel Bandeira

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Maravilhoso lançamento da Ed Nova Aguilar, o Box Manuel Bandeira,  em capa dura e edição cuidadosa. Alguns vão reclamar do papel fino,  uma tradição de longa data da Aguilar, mas eu vejo vantagens. Apesar da natural transparência, é folha de longa duração, há exemplares nas bibliotecas com mais de cinquenta anos, algumas que eu mesmo li quando menino, de Machado de Assis, Shakespeare e outros.  Independente desse detalhe, o resto é de tirar o chapéu . Na "coisa de espírito", que preenche os volumes, não há necessidade de maiores apresentações, Bandeira é um dos poetas maiores do  nosso país que se fez sempre grande no terreno das letras. Conciso e lírico, aparente contradição na mesma pessoa, ele ensina como é que isso é possível com uma beleza sem par de seus versos, às vezes denunciando com olhar social o mundo estranho que nos circunda e  às vezes largando tudo para dar um vôo a Pasárgada, onde é amigo do rei. Outra coisa-- bastante nova pra mim -- foi conhecer a prosa ele

Moral? imoral? obsceno? erótico? pornográfico?. Liberdade de imprensa, corpo e história no Brasil do inicio do séc XX

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A censura ao Jornal " Rio Nu" , há exatamente  100 anos atrás, e o rico debate surgido  no contexto

"Folhas de relva"

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  completando em julho 166 anos  dessa magnífica obra Folhas de relva

Szymborska

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  ("Aniversário". Wislawa Szymborska)

Malhação

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Sacudir o esqueleto  pra lembrar que se vive  mesmo em tempos de crise   Canela ralada na esteira velha (e por muito pouco quase um queixo quebrado) Calos novos no meio da mão  Músculo estirado no alongamento forçado  O coração saindo pela boca depois de reles 15 minutos de corrida    O antigo preparo alcançado no laço  depois da disciplina de uma era  jogado fora sem qualquer cerimônia Mas não tem dia seguinte depois da sessão  onde o corpo não consiga remediar  e lembrar por que ainda gosta da vida  Mesmo quando dói no levantar de uma perna Mesmo quando ela vem assim de lado  como a quina estratégica do tablado  que uso para guardar bugigangas e sempre  me encanta com uma nova saudação roxa  à luz da pele só pra dizer que também existe Sarar feliz quando acordado de um dia bão  joelho bambo, ombro caído doendo no vento na ressaca do exercício que vem de arrastão  Coluna rangendo, nervo estrilando  Mas não tem nada não  Segunda-feira tem nova sessão

Wislawa Szymborska

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  Da série: novas leituras.   Beleza de poeta

"Quarto de Despejo"

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  Terminando hoje a leitura  desse tratado de humanidade  com a curiosidade e o encanto  de lembrar como a poiesis  se manifesta com tanta força  mesmo por um meio  informal de aquisição  da palavra Tema que me tem sido tão caro  e objeto de pesquisa  nos últimos tempos: a força necessária  da palavra que surge rompendo  mesmo sem qualquer referência  literária do autor É coisa para não se esquecer  Pra carregar vida afora  quando a metáfora surge da hora  em que se aquenta na faina Ao contrário da lavra elaborada, a lavra-dura de quem caleja as mãos  na lida, o peito na vida  e  -- sendo negra --, as costas  marcadas pelo sistema Que aflora em suas tantas  pontas cortantes:  A manutenção da favela  como celeiro de mão-de-obra  barata, substituível  para uma economia de bacanas  fingindo que ela não existe A não oportunidade do ensino  e da formação que perpetua  o ciclo de uma engrenagem  socialmente injusta A lavra-dura de quem caleja as mãos E o valor do verso, então  pede para ser

O Sonho de Spinoza

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  (27-07-1656)Texto de banimento de Spinoza da religião judaica, pela Sinagoga Portuguesa de Amsterdã :"Os Senhores do Mahamad [Conselho da Sinagoga] fazem saber a Vosmecês: como há dias que tendo notícia das más opiniões e obras de Baruch de Spinoza procuraram, por diferentes caminhos e promessas, retirá-lo de seus maus caminhos, e não podendo remediá-lo, antes pelo contrário, tendo cada dia maiores notícias das horrendas  heresias  que cometia e ensinava, e das monstruosas ações que praticava, tendo disto muitas testemunhas fidedignas que deporão e testemunharão tudo em presença do dito Spinoza, coisas de que ele ficou convencido, o qual tudo examinado em presença dos senhores Hahamim [conselheiros], deliberaram com seu parecer que o dito Spinoza seja heremizado [excluído] e afastado da nação de Israel como de fato o heremizaram com o Herem [anátema] seguinte: "Com a sentença dos Anjos e dos Santos, com o consentimento do Deus Bendito e com o consentimento de toda esta Cong