A chegada --- Viemos pela antiga ponte, ainda não havia a nova. Saindo cedo da cidadezinha a duzentos quilômetros, tudo ainda meio parado na rodoviária, antes de entrar no ônibus. Cheiro de pastel de vento com caldo de cana, eu não comia muito cedo que ficava enjoado. Cheiro da fumaça preta do motor se aquecendo no terminal. Cadeiras duras, quatro horas sofríveis. Calor, sem ar-condicionado, no máximo as janelas abertas numa hora ingrata do dia. Fumaça de cigarro na parte de trás. A tia me olhando meio de esguelha, simpática comigo. Ela que nem era das mais simpáticas com mais ninguém, mas me tratava na palma da mão. Brava e generosa. Uma vez saiu na cabada de vassoura com uns moleques da vizinhança que tinham me maltratado. Eu gostava dela. A vista da capital, depois da ponte de ferro. Ainda não era definitivo, como seria dez anos depois. Era só uma prévia. Me perdia naquela floresta de prédios. Todos iguais, não me localizava. Me levaram para ver meu pai nas últimas. Eu não sabia. Ac