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Leonardo Boff: Política, Ciência e Deus. Desafiando o mito da neutralidade teológica

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                              Entrevista pra lá de interessante com um dos caras mais inteligentes e                               engajados pelas transformações sociais tão necessárias ao nosso sofrido país.                               Não tem a ver com cânones religiosos nem a ritualização de doutrinas, apenas                               diálogos do mundo contemporâneo sobre as formas de sobrevivência coletiva,                               que certamente precisam ser marcadas por uma conjunção ética. Sobretudo                               uma enorme lição de alteridade, amor e apostar na força da vida.                                

Box Manuel Bandeira

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Maravilhoso lançamento da Ed Nova Aguilar, o Box Manuel Bandeira,  em capa dura e edição cuidadosa. Alguns vão reclamar do papel fino,  uma tradição de longa data da Aguilar, mas eu vejo vantagens. Apesar da natural transparência, é folha de longa duração, há exemplares nas bibliotecas com mais de cinquenta anos, algumas que eu mesmo li quando menino, de Machado de Assis, Shakespeare e outros.  Independente desse detalhe, o resto é de tirar o chapéu . Na "coisa de espírito", que preenche os volumes, não há necessidade de maiores apresentações, Bandeira é um dos poetas maiores do  nosso país que se fez sempre grande no terreno das letras. Conciso e lírico, aparente contradição na mesma pessoa, ele ensina como é que isso é possível com uma beleza sem par de seus versos, às vezes denunciando com olhar social o mundo estranho que nos circunda e  às vezes largando tudo para dar um vôo a Pasárgada, onde é amigo do rei. Outra coisa-- bastante nova pra mim -- foi conhecer a prosa ele

Moral? imoral? obsceno? erótico? pornográfico?. Liberdade de imprensa, corpo e história no Brasil do inicio do séc XX

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A censura ao Jornal " Rio Nu" , há exatamente  100 anos atrás, e o rico debate surgido  no contexto

"Folhas de relva"

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  completando em julho 166 anos  dessa magnífica obra Folhas de relva

Szymborska

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  ("Aniversário". Wislawa Szymborska)

Malhação

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Sacudir o esqueleto  pra lembrar que se vive  mesmo em tempos de crise   Canela ralada na esteira velha (e por muito pouco quase um queixo quebrado) Calos novos no meio da mão  Músculo estirado no alongamento forçado  O coração saindo pela boca depois de reles 15 minutos de corrida    O antigo preparo alcançado no laço  depois da disciplina de uma era  jogado fora sem qualquer cerimônia Mas não tem dia seguinte depois da sessão  onde o corpo não consiga remediar  e lembrar por que ainda gosta da vida  Mesmo quando dói no levantar de uma perna Mesmo quando ela vem assim de lado  como a quina estratégica do tablado  que uso para guardar bugigangas e sempre  me encanta com uma nova saudação roxa  à luz da pele só pra dizer que também existe Sarar feliz quando acordado de um dia bão  joelho bambo, ombro caído doendo no vento na ressaca do exercício que vem de arrastão  Coluna rangendo, nervo estrilando  Mas não tem nada não  Segunda-feira tem nova sessão

Wislawa Szymborska

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  Da série: novas leituras.   Beleza de poeta

"Quarto de Despejo"

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  Terminando hoje a leitura  desse tratado de humanidade  com a curiosidade e o encanto  de lembrar como a poiesis  se manifesta com tanta força  mesmo por um meio  informal de aquisição  da palavra Tema que me tem sido tão caro  e objeto de pesquisa  nos últimos tempos: a força necessária  da palavra que surge rompendo  mesmo sem qualquer referência  literária do autor É coisa para não se esquecer  Pra carregar vida afora  quando a metáfora surge da hora  em que se aquenta na faina Ao contrário da lavra elaborada, a lavra-dura de quem caleja as mãos  na lida, o peito na vida  e  -- sendo negra --, as costas  marcadas pelo sistema Que aflora em suas tantas  pontas cortantes:  A manutenção da favela  como celeiro de mão-de-obra  barata, substituível  para uma economia de bacanas  fingindo que ela não existe A não oportunidade do ensino  e da formação que perpetua  o ciclo de uma engrenagem  socialmente injusta A lavra-dura de quem caleja as mãos E o valor do verso, então  pede para ser

O Sonho de Spinoza

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  (27-07-1656)Texto de banimento de Spinoza da religião judaica, pela Sinagoga Portuguesa de Amsterdã :"Os Senhores do Mahamad [Conselho da Sinagoga] fazem saber a Vosmecês: como há dias que tendo notícia das más opiniões e obras de Baruch de Spinoza procuraram, por diferentes caminhos e promessas, retirá-lo de seus maus caminhos, e não podendo remediá-lo, antes pelo contrário, tendo cada dia maiores notícias das horrendas  heresias  que cometia e ensinava, e das monstruosas ações que praticava, tendo disto muitas testemunhas fidedignas que deporão e testemunharão tudo em presença do dito Spinoza, coisas de que ele ficou convencido, o qual tudo examinado em presença dos senhores Hahamim [conselheiros], deliberaram com seu parecer que o dito Spinoza seja heremizado [excluído] e afastado da nação de Israel como de fato o heremizaram com o Herem [anátema] seguinte: "Com a sentença dos Anjos e dos Santos, com o consentimento do Deus Bendito e com o consentimento de toda esta Cong

Magrela

A dupla paramentada descendo o morro  Parecendo um ET com essas cores e formas A brisa rala a essa hora 5 da matina lá vem o sol Corpo da cidade corpo de carne corpo de metal Normalmente não iria, ora estamos no Brasil  e desafiar o óbvio a essa hora é pedir  pra ser assaltado. Lembrando que a última bike  me foi surrupiada mesmo acorrentada  a sete chaves na garagem do prédio. Com  direito a live gravada do pirralho com sua serrinha no record de 10 minutos Mas hoje não. Vai dar tudo certo Nem frio nem quente. Agradável Recém-melhorada bike por um upgrade  que a colocou na estética do Triathlon  abandonado há tantos anos, em que  eu nunca soube dizer o porquê  (Dias felizes aqueles da piscina olímpica  da Ufes, e a pedalada seguida em Camburi) Aquele pique exagerado ficou pra trás, com os vintepoucos anos  Mas o passeio agora é melhor. Sem correria Na época, a preocupação com marcas, tempo  de relógio, encurtando ao mínimo o espaço  da saída à chegada. Hoje, o objetivo contrário, e o f

O Mar

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  O mar armou com o amor de me ensinar a amar Assim, do seu salgado jeito de mar Uma hora me afoga Outra me traz à tona pra respirar Mas um dia ainda aprendo como quando menino no meio de todos aqueles caldos também  aprendi a nadar

Resenhas

O Aleph Retomando (ou tentando)  o projeto : "um livro por semana"  Para resenhar aqui no Blog  Às vezes vem resenha  Às vezes vira ensaio quando  a empolgação aumenta, como  é o caso da última resenha,  do escritor Palahniuk, em andamento. Multifacetado demais para caber  apenas numa resenha

Bigô

Ainda moleque, levado pelo irmão, pegava logo o tempo do forró . marcava triângulo, marcava zabumba. o apelido foi por conta de uma sombra de bigode no rosto desde muito moço. Bigodim, que depois ficou só Bigô, que era como todos o chamavam a partir daí.  Antes de me mudar de lá, eu o vi se tornar a referência de baterista revelação juvenil . ainda pequeno atrás dos tambores, era sempre chamado pra incorporar os novos grupos que iam se formando nas garagens da periferia. Aquele bumbo gigante e uma infinidade  de pratos, ele pequitinho escondido lá atrás. tocava no baile, tocava na barraca de lona improvisada da festa da cidade . Bigô tava sempre lá, o bumbo forte, com muita presença. também era ágil e original na escolha das notas por  mãos leves e precisas. um jeito latino de tocar. nunca perdia o compasso, mesmo no improviso. Do Rock ao Pop, voltava ao forró fácil, depois migrava pra balada, não se cansava. músico da noite, mesmo ainda tão cedo, tem que aprender a tocar um pouco de t