Dois autores distintos com histórias e propostas muito diferentes, o médico (já falecido) Scliar e o músico Chico Buarque. Em comum, nessas obras, o tema sobre a longa noite pós-64. Scliar foi militante durante muitos anos e dedicou, no período ainda da ditadura, seu fabuloso "Carnaval dos animais" a metaforizar de forma brilhante pela estética do realismo fantástico o quadro trágico -político da época. Chico fez isso por uma vida, também na militância ora mais calada, ora mais explícita, mas principalmente pelo trabalho poético- musical, nesse aspecto ainda sem igual no país, a ponto de me fazer pensar que, se o Bob Dylan merecidamente recebeu um Nobel pelo conjunto da obra, se aqui houvesse premiação pelo mesmo critério, sem dúvida Chico seria o nome. Contudo, aqui me estendendo na comparação de duas obras tão distintas, lidas recentemente, apenas por uma razão: a sensação de estranheza no contato com o livro novo do qual esperava muito mais. A decepção por ver, onde eu