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O umbigo do universo

A arte suprema de ainda ser leve diante de um mundo em escombros será que tirando o peso dos ombros mirando apenas meu próprio umbigo fechando os olhos, virando as costas fingindo que estamos sós neste planeta a gente consegue? E se conseguir terá valido a pena existir? A resposta contraditória e dolorida não é pura matemática porque é feita de vida e já se sabe logo qual é: tem que valer a pena Mesmo que o mundo diga o contrário Porque o peso do meu olhar não torna mais leve o fardo de quem sofre sofrer junto não vai aliviá-lo da sua legítima dor O espírito condoído por mais que seja honesto por mais que tenha razão não faz com que as bombas deixem de estourar na cabeça dos mais fracos A mente que deixa de ser crítica deixa de exercitar sua melhor saúde na força, na convicção intrínseca de mudar o mundo o corpo que desiste do embate seja pela pena, pela tinta, pelas veias Absorvido em sua própria dor não coordena energia suficiente para supera

Da inutilidade da poesia

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Pontas secas, no limite do quintal a árvore há muito não estava em si Sua essência desistira de qualquer consciência para me legar apenas metáforas Mas eu amava suas pontas aduncas seu estilo alto e gótico e o celeiro de pássaros ao entardecer quando as tintas do ocaso escondiam atrás dela os últimos raios Era somente depois desse itinerário de sol que o dia se encerrava À noite, corujas sibilantes no paiol de galhos suas pupilas dilatadas posando para a foto noturna A lua em suas costas, gigante sorridente e amarela E a favela crescendo iluminada no bairro de luzes atrás como bolas de natal procurando um nicho Morta ou quase tantas vezes tentadas até se extinguir Uma, por artifícios de formigas essas criaturas tacanhas e hediondas cegas de qualquer arte, escravas do ser social incapazes de se tornarem outras portadoras daquele mal que nos faz cada vez mais adorar as cigarras Outra, por obra da perfídia humana ciente e persistente nas ar

Relâmpagos

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Quando nada mais te consola em uma daquelas fases onde se duvida até mesmo da própria vida como força capaz de se sustentar impunemente e você sente que nada que possa fazer por mais grandioso que possa parecer nada que realize no sentido humano de ação lhe fará atribuir qualquer valor maior à existência Você se pega em pensamentos obscuros sobre os paradoxos insondáveis da sua própria mente a lhe pregar  peças achando perguntas (e são tantas) que não possuem respostas achando respostas ( tão raras) que possam preencher os vãos do teu melhor espírito Como se os discursos possuíssem alguma verdade e não fossem apenas essas trombadas ridículas que damos com as coisas exibindo, com frequência, nossas imperfeições como se não fossem apenas medições funções e analogias sobre as coisas navegando sempre na superfície das coisas sem jamais adentrá-las Então, sentado na varanda recém chegado da rua numa noite qualquer na batida

Civilização

Já estava escrito para toda asa que quiseres em tuas costas sentirás cada vez mais o peso nos teus pés de chumbo Para todo conforto que desejares em tuas contas (ou pior: )para todo elástico que catapulta a cada ciclo uma nova data para o fim do mês Doarás a cada vez um pouco mais do teu precioso sangue à sedenta goela que nunca se sacia Para todo prazer que descobrires inocente no teu tão lúdico e belo corpo tuas mãos experimentarão algemas, serás interditado a meio caminho do autoconhecimento e chamarão de verdade a essa nova moral alijante que possuirá vários nomes No necessário caminho de si que tem o condão de pocar qualquer grilhão levarás uma coronhada na boca a correia amarga da força no catre, na maca, no escuro E sempre do lugar de onde menos esperas para toda a alegria ambígua que suspeitas quando sentes a lucidez do juízo pouco contemplando a alegria dos loucos a se dissiparem sorrateiramente Para longe do mundo que mói para for

O infinito que nos massacra

"O silêncio eterno desses espaços infinitos me apavora" (Pascal) ----------- Desviar sempre o olhar do infinito                                       esse maldito presente porque não quero mais me perder de mim Quem, ao resto do finado dia ainda hesitaria por derradeira agonia lançando ao largo seus pedaços expulsando de si completamente o  mal ao abdicar feliz de se tornar imortal Que me importam as distâncias que não posso medir O tempo que passa a não mais existir                                                  e todas essas grandezas incomensuráveis? Isso tudo para mim é nada Um segundo fruído inteiro nos braços da Terra é mais que os incontáveis anos que polvilham o ermo                                                  Isso tudo pra mim é nada!                                                                                                 porque transcende qualquer concepção humana                                                  e a infin

Voz

Impregnado-me de Pessoa no meu melhor espírito, absorvendo gentes enquanto ando pelo mundo. Como poderia não ser assim? As muitas faces de um autor assumindo sua multiplicidade não apenas como artifício literário, como tantos, ou razão velada para não ter que assumir suas posições, mas como necessidade criadora  essencial de externar, da forma como recebe e processa, os impactos da vida em sua linguagem própria. Que não é estática, mas está sempre em movimento. A linguagem a se criar na medida em que a interação entre corpo e mundo se incrementa, fazendo história. Não há um "bom" nessa história, assim como não há um "mau". Para a relatividade da arte, tudo é motor. Tudo é, ou deve ser, razão e motivo e inspiração. É muito mais, essa heteronomia, porque nele a visceral autenticidade e universo caótico criador é impensável como compartilhamento enquanto o verso não se fez. Só depois. Cada face de Pessoa não é um fake, é uma voz autônoma, criada na plasticidade da

Escreviver (desconstruindo Pessoa)

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"Não tenho ambições nem desejos ser poeta não é uma ambição minha É a minha maneira de estar sozinho" (F. Pessoa) ----------------- Tenho ambições e infinitos desejos ser poeta não é uma ambição minha É a minha maneira de não estar sozinho.  (Claus Zimerer) --------- Ser-escritor, verbo atemporal e como tal, o desejo implícito que quer estar  livre das eras                                         quer estar no meio da vida                                                   por entre seus lençóis de seda                                                                    quer lamber a ferida                     com sua língua de sal para que ao doer cada vez mais a inspiração nunca falte o sangue nunca pare o coração não assente e o corpo transcenda em palavras quer tentar a lavra sem qualquer certeza de sucesso para além de qualquer condicionamento mesmo quando ainda não se sabe com exatidão o que seja a liberdade                          

O olhar do "outro" que deve ser preservado a todo custo

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É porque a questão, seja racial ou de gênero, na produção cultural, não pode ser confundida com o tal do excesso de politicamente correto e nem se trata bem de uma questão "técnica". É política mesmo, luta pela afirmação de forças que nem sempre são convergentes e costumam disputar espaços estratégicos na hora de "dizer a verdade" . Compreender a luta e defender políticas de inclusão não é apostar em quem, homem ou mulher, negro hispânico ou branco, é melhor no que faz. Vai muito além. É muito mais a luta para garantir a existência do olhar diferenciado, a proteção à diversidade que precisa resistir para que uma arte não sectária e que de fato represente a experiência humana em suas mais amplas variantes possa vir à tona em forma de livre criação. Em certo sentido, não deixa de ser um ideal, mas também não perde a cor quente de uma bandeira de combate aos tons reiteradamente cinzas da civilização branca. Nesse sentido,já que falamos principalmente de cinema ás

"Lou"

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Belo filme. Difícil filmar cinebiografia e não ser chato, pelas limitações naturais do gênero. Temas históricos costumam ser camisas de força, ainda mais quando envolvem debate de idéias. Contudo, "Lou" se sai muito bem na tarefa, ao narrar de forma criativa a trajetória de uma mulher ousada, muito à frente do seu tempo, reproduzindo, entre imaginário, material escrito e dados biográficos a relação da poeta e primeira psicanalista com seu próprio trabalho e a luta pela emancipação feminina, além do seu envolvimento com as cabeças-conceito do século XIX, tornando-se admirada, amada ou simplesmente virando a cabeça (Ah, essas russas....) de ninguém menos que os caras: Nietzsche, Freud e Rilke . O filme é muito feliz ao constatar, com justiça,  a poderosa influência que ela teve sobre a vida e obra de todos eles (parte que normalmente fica de fora dos livros de Filosofia). Boa direção, diálogos espirituosos, atuações e belíssima fotografia. O recurso engenhoso dos cartões po

A luta (Cia. das letras)

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"A luta" (Cia das letras) Não foram poucos os autores que falaram (e bem) da mais clássica das modalidades de luta. Jack London tem um livro de contos inteiramente dedicado ao tema. Hemingway, não apenas aficionado, mas praticante, vivia falando com empolgação aqui e ali, assim como Nabokov e outros. Conheço os trabalhos dos autores citados, mas nunca tinha lido nada intenso como este livro. O impressionante trabalho de Norman Mailer sobre a "luta do século", realizada na Africa, entre Mohammad Ali e George Foreman. Uma coisa, poderosa e rica, é a luta em si, e outra, sem dúvida alguma á altura do evento, foi o brilhante trabalho do "jornalismo literário" do genial Mailer, e a dinâmica de vida que ele acrescenta ao boxe como metáfora. Nada escapa aos olhos de águia do escritor. As táticas de guerrilha da imprensa, para obter a sangue e fogo todos os detalhes e novidades cotidianas da luta, o contexto político mundial, com a luta sendo deslocada es

Pássaros

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Tentou a primeira vez. Era devotado e meticuloso, sempre cuidava daquele bichinho como se fosse gente da família, mas apesar do encanto e de  tanto afeto, foi apenas ele virar as costas um segundo e o famoso gato angorá do vizinho invadiu a gaiola do Canário Belga  com tudo, deixando para trás somente algumas penas amarelas e as grades quebradas. Tentou da segunda vez, com cuidados redobrados, mas mesmo assim, por uma fresta da imensa gaiola velha de embaúbas, onde havia um remendo imperceptível de bambu fraco na emenda feita para consertar o estrago anterior, o novo e belíssimo canário dourado-verdinho fugiu, para não mais. Da terceira vez, resolvido a se tornar um criador, conseguiu casal de pássaros (novamente a fixação por canários-belgas), conseguiu gaiola-mansão, aprendeu técnicas, adquiriu também um grande ninho de amor e sombra para os bichos chocarem os filhotes. Tudo ia muito bem. Os ovos chocaram, saíram três filhotes que faziam imensa algazarra e gostavam de ser alime

A nobreza do poema: a busca de uma beleza sem afetação

PATERSON do Livro I Prefácio "O rigor da beleza é o alvo da busca. Mas como se poderá encontrar a beleza se ela está encerrada na mente, para além de toda admoestação?"      Compor um começo      com particularidades      e torná-las gerais, arrolando      a soma, por meios imperfeitos -      Farejando as árvores,      um cão qualquer      num bando de cães. O que      mais ali? E que fazer?      Os outros debandaram -      atrás de coelhos.      Só o estropiado permanece - sobre      três pernas. Coça-te adiante e atrás.      Engana e come. Desenterra      um osso embolorado Pois o princípio indubitavelmente é o fim - já que de nada sabemos, puro e simples, para além de nossas próprias complexidades.                               E no entanto não há nenhum retorno: rolando para fora do caos, prodígio de nove meses, a cidade o homem, uma identidade - e nunca poderia ser de outra maneira - uma interpenetração, em ambos os sentidos. Rolando para

O Dionisíaco

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Superbass tremendo o vidro dos carros moendo por dentro os ossos do peito o coração salta na boca galera de pouca roupa e corpos perfeitos queimados de sol, suor e muita cerveja a beleza desse movimento que não é e nem quer ser mera palavra que importa ao funk a letra se é no corpo que reside o sentido Despindo-se dos preconceitos adquiridos despindo-se dos moralismos é a morte do simbólico no hipnótico batido pela pele que procura o toque pelo som que seduz o ouvido sedução de olhos, de coxas, de mãos Os caras endoidam com a tensão As minas relaxam e se empoderam Essas deliciosas bundas em incríveis coreografias (O fetiche nacional plenamente justificável e o prazer de serem apreciadas em movimento) O rito tribal, sobe-desce frenético poderosos e elétricos, esses corpos puras cinturas em curvas e milagres que tremem sob o timbre supergrave Do ingênuo ao sugestivo do sensual ao erótico e do erótico ao sexual tudo é pegação o Pancadão, sem máscaras

Descendo o morro

Descendo o morro margeando o movimento na levada dos tambores Eu não escuto nada esses sons me atravessam enquanto as cores me avassalam Sou um escravo dos meus olhos extasiados em meio a tanto brilho ando hipnótico, sem saber bem o ritmo Copo grande na mão, que nunca para vazio como se eu mesmo flutuasse em meio líquido                                                                   amarelo                                                                              gelado a dois metros de um chão de espumas Que linda, aquela menina a mulata black power com o corpo pintado dona de todo movimento e o reflexo cristal moído sobre os seios sinuosos A loirinha que ginga, meio sem jeito no samba cintura fininha, fantasia mulher maravilha confiando no laço da verdade Não há outra linguagem aqui onde as palavras perdem força passos, requebrados corpo completando espaços de onde não tem som síncope de carnaval batida nos tímpanos abertos de um outro tom Cois

O bloco

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Quem somos nós mas quem se importa apenas me dê tua mão e vamos seguindo o bloco porque hoje é carnaval Que vazia a vida sem fantasia Hoje Toda praça é jardim toda esquina é testemunha todo corpo é permissivo porque reverbera aquela pulsão incontida que apenas sussurra no resto do ano Hoje vale todo beijo mesmo sem ensaio o calor que mantém molhados os desejos Não quero ver quem és (teu papel é que me encanta) amo essas purpurinas bailarina, Catwoman ou odalisca com teus cílios postiços Beba do meu copo e fique até raiar o dia não importa o som que vem de lá faremos nossa própria sinfonia e tocaremos mais fundo novos corpos  livres e leves

O corpo que eu não habito

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I. Se eu sonho, ele está sempre presente e se acordo, longe vai o dia ele ainda não evanesceu Teu corpo é a memória primeira do mundo perfeito que um dia habitei          e depois perdi Assim como perdi a mim mesmo peregrino pelas montanhas e vales de tuas terras irresolutas Na absorção, por tentativas e erros de tua essência de sombras e luz Na absorção, por tentativas e fracassos de toda tua liquidez pelos meus poros Objeto para meus olhos sujeito para meu coração imperador de minhas vontades Desde o primeiro instante onde eu ainda não era nada mas vim a ser por ti Teu corpo é a memória perfeita do mundo que primeiro habitei                               e depois perdi II. Teus seios a meio caminho da minha boca o desejo e sua interdição ao alcance das minhas mãos Brigando forte em meu espírito tantas irrazões, numa dura partida enquanto os olhos, privilegiados contemplam a fonte da vida Sou criança, e me alimento em ti como

Identidade

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Teus cabelos em cachos  breves sobre os ombros resgatando em mim o que era só escombros Eu refazia-me em contemplação da vida nova em tuas expectativas Enquanto giravas no centro dessa  roda imaginária a boca sempre viva a cintura incendiária Às tuas costas,  apenas o reflexo intermitente de um outro sol E nos meus olhos um halo caleidoscópico a parir estrelas aquele vestido longo, aceso sobre teu corpo girava no espaço descontínuo de uma tarde infinita costurada por sombras e luzes ludicamente intercaladas sobre a grama Subitamente tomado por aquela visão eu  apenas ria, como todo aquele que ama e sente a beleza tocá-lo eternamente como um contínuo flerte apoiando as costas sobre o colchão macio e verde sorvendo, com tanta sede o resto de vinho naquela taça Um começo de céu a se derramar com toda a graça em baldes cheios sobre os lírios do que deixei para trás A paz formava-se em todo o imenso e líquido azul e eu contemplava a luz a desenhar pequ

Altered Carbon

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  O tempo fosse nada. nem qualquer força, nem qualquer coisa com poder para se insinuar  além do simples sentido  cotidiano Enquanto lá dentro, em algum lugar, silente, seguro,  poderoso e aguardando repousa a memória em vida numa célula inviolável e protegida Como se  um vórtice de experiências  e sensações acumulasse ininterruptamente suas histórias não apenas de uma mas de todas as vidas pretéritas transferíveis de capa em capa para outros corpos sucessivos E nesse processo contínuo e ampliado, porque cada corpo é também emoção condensada em carne, esse tipo de energia concreta e palpável, mas é também capaz de, a cada vida,  sempre absorver mais, e de sempre ser mais do que a anterior Cada corpo carregasse em si  também as experiências emocionais, desmaquinizando toda a configuração planejada para si desde o seu nascimento, como forma de desestruturar por dentro um sistema acostumado a reinar por máquinas A intensidade de cada nova experiência, sob cada novo c

Shape of water

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(tem spoiler) Com globo de ouro de direção e treze indicações ao Oscar, vem aí "A forma da água". Não assisti ainda aos concorrentes, mas tô achando difícil levar o Oscar de melhor filme. Mesmo sendo um cineasta bastante irregular, é devido todo o respeito ao mexicano Guillermo del Toro, o cara que realizou  bons filmes como "Hellboy", a franquia "O Hobbit", e o fantástico  "O labirinto do fauno", um dos melhores filmes já produzidos, que ambienta fantasia e realidade histórica com uma poesia impactante, nos bastidores da guerra civil espanhola. Contudo, ao dar novamente asas à fantasia em "Shape of water", a fábula não disse a que veio. Há alguns flashes de poesia aqui e ali, e o trabalho dos (bons) atores não e´de se desperdiçar, assim como a  bela fotografia que não decepciona, mas vamos logo na jugular: que puta história fraca!  E isso não tem relação com o fato de se transitar no terreno da fantasia.  Há belíssimas obras d