O umbigo do universo
A arte suprema de ainda ser leve diante de um mundo em escombros será que tirando o peso dos ombros mirando apenas meu próprio umbigo fechando os olhos, virando as costas fingindo que estamos sós neste planeta a gente consegue? E se conseguir terá valido a pena existir? A resposta contraditória e dolorida não é pura matemática porque é feita de vida e já se sabe logo qual é: tem que valer a pena Mesmo que o mundo diga o contrário Porque o peso do meu olhar não torna mais leve o fardo de quem sofre sofrer junto não vai aliviá-lo da sua legítima dor O espírito condoído por mais que seja honesto por mais que tenha razão não faz com que as bombas deixem de estourar na cabeça dos mais fracos A mente que deixa de ser crítica deixa de exercitar sua melhor saúde na força, na convicção intrínseca de mudar o mundo o corpo que desiste do embate seja pela pena, pela tinta, pelas veias Absorvido em sua própria dor não coordena energia suficiente para supera