A roda
Os antigos eram levados pelos elementos -- os deuses--, na metáfora da Terra, do fogo a água e o ar As estações A observação ingênua de um motivo anímico O clássico matou o espírito desse mundo ao substituí-lo pelo humano Os deuses, ainda vivos mas acorrentados, tornaram-se nada além da personificação humana Seus humores, suas doenças e paixões Temendo a exacerbação projetou-se na arte a contenção pela beleza O belo como pacificação das tensões não sublimadas O moderno denunciou, aos gritos, como é próprio da sua aesthesis, o truque mal forjado que se imiscuía nessa sombra de perfeição das formas a justificar a vida A beleza tornava o desejo pela vida maior, mas para isso sufocava as contradições de seu próprio surgimento Não há paralelos entre a vida e a estética, nesse olhar cáustico a revelar essências Muito menos a idéia de beleza subsiste Sob o martelo dos modernos, dissolveu-se a estética para revelar a fome, a miséria coletiva, os des